terça-feira, 23 de setembro de 2014

Aquaponia

AQUAPONIA 
Alternativa para sustentabilidade na Aquicultura.


Introdução:

A aquicultura tem o dever de substituir a maior parte do pescado capturado e que é consumido pela humanidade ainda no início desse século, para isso devemos tornar a atividade mais sustentável e melhorar o aproveitamento dos recursos a fim de reduzirmos os desperdícios e promover maior produtividade. Seguindo a lógica de que a produção próxima ao mercado consumidor é uma estratégia que disponibiliza produtos mais frescos e reduz custos de transporte e conservação, temos em contrapartida que essas áreas são mais caras e disputadas com outras atividades. Nesse caso é fundamental que a produção seja mais intensiva e que reduza a necessidade de recursos como água e energia. A aquaponia é então a atividade ideal para uma aquicultura urbana e também para as pequenas propriedades onde temos limitações de espaço e de capital para investimentos e custeio.
Diferente de outras modalidades de aquicultura, a aquaponia reutiliza a água, possibilitando que adições de alcalinidade e corretores de pH não sejam desperdiçados, compartilha custos, água e energia para duas produções (organismos aquático e plantas), otimiza o espaço para produção e amplia as receitas.

Foto: Implantação do sistema piloto de aquaponia da Associação APASIAN

Princípios para implantação de um sistema aquaponico:

Uma aquaponia deve conter 3 setores distintos, que podem ou não ocupar o mesmo espaço. São os viveiros de criação de organismos aquáticos, os filtros para recuperação da qualidade da água e a área destinada à produção vegetal. Completando o sistema temos os equipamentos que possibilitam a recirculação de água e os de aeração.


Foto: Plantio de Mudas de hortaliças no sistema piloto de aquaponia da Associação APASIAN


Foto: Filtro Biológico com cacos de telhas no sistema piloto de aquaponia da Associação APASIAN

Considerações a ser tomada ao se construir uma unidade de cultivo:


Foto: inserindo as matrizes no sistema piloto de aquaponia da Associação APASIAN

Iniciamos pela escolha do organismo aquático a ser cultivado, a partir daí devemos estudar suas características biológicas e zootécnicas e projetar as instalações de forma que possamos obter um ambiente adequado para expressar todo o potencial de produção dessa espécie, que facilite as operações de manejo e que o investimento e o capita de giro estejam compatíveis com o capital disponível e/ou com recursos a serem adquiridos.

Os viveiros de produção devem facilitar a remoção de MO e sujeiras (auto limpante), homogenizar a qualidade da água, concentrar os sólidos em uma fração do viveiro e que a velocidade da água não afete o comportamento da espécie criada.

A produção deve formar lotes com diferentes fases de desenvolvimento para não esforçar demais o sistema de tratamento do efluente e para distribuir a produção de forma a atender o mercado. A divisão da produção em lotes também possibilita a instalação de barreiras sanitárias que evitam a disseminação de enfermidades.


Foto: Produção de Hortaliças Orgânicas no sistema piloto de aquaponia da Associação APASIAN

O tamanho e o numero de viveiros determinam o investimento inicial e o capital para manutenção do sistema. Viveiros menores possibilitam a implantação do projeto em módulos diminuindo os riscos na produção e reduzindo os custos iniciais.
A forma de construir os viveiros influi diretamente na produção sendo que as características locais como topografia, disponibilidade de área e etc. é que irão determinar a sua forma. Podendo ser feita a escolha devemos ter como primeira opção os viveiros circulares seguidos do quadrado com os cantos arredondados por permitirem a remoção de sólidos, melhor distribuição do oxigênio, homogeneidade da qualidade da água e menor tempo de residência dos sólidos. Viveiros do tipo raceway não proporcionam bom desempenho nesses quesitos.
As bancadas para plantas devem seguir os padrões de hidroponia (dimensões e tipo de material empregado), isso inclui as variedades de plantas cultivadas. O numero de bancadas e a produtividade vegetal deve ser dimensionada a partir da média do arraçoamento diário.



Foto: Produção de Hortaliças Orgânicas no sistema piloto de aquaponia da Associação APASIAN


Foto: sistema finalizado - piloto de aquaponia da Associação APASIAN


Foto: produção diversificada (tomate; salsa; alface) sistema piloto de aquaponia da Associação APASIAN

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .

texto: Manuel dos S. P. BRAZ Filho

M. Villarroel, J. M. R. Alvariño and J. M. Duran. Aquaponics: integrating fish feeding rates and ion waste production for strawberry hydroponics. Spanish Journal of Agricultural Research 2011, 9 pg.
James E. Rakocy, Michael P. Masser and Thomas M. Losordo. Recirculating Aquaculture Tank Production Systems: Aquaponics—Integrating Fish and Plant Culture. SRAC Publication No. 454, November 2006, 16 pg.





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